Como a musicoterapia pode ajudar crianças com autismo a se comunicarem melhor?

A musicoterapia é uma ciência estabelecida durante a Segunda Guerra Mundial, utilizada com pacientes do pós-guerra. Iniciada no Brasil na década de 70, segundo a Federação Mundial de Musicoterapia em 1996, Musicoterapia é a utilização da música e/ou seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia) por um musicoterapeuta qualificado, com um cliente ou grupo, num processo para facilitar e promover a comunicação e outros objetivos terapêuticos relevantes, no sentido de alcançar necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas.
Sabemos que é algo comum crianças dentro do Espectro gostarem e mostrarem interesse por música, já que a mesma tem uma questão de previsibilidade ritmo/sonora, além de ser processada no córtex auditivo primário, sendo este sem nenhum prejuízo, se tornando um meio para a comunicação mais efetivo.
Alguns estudos nos apontam que existe uma redução cortical em pessoas com Autismo nas áreas para os sons da fala (como vogais, consoantes e sílabas). Isto se estabelece pelo fato da diminuição de níveis de atividade nos complexos temporais secundário e terciário, que estão relacionadas a regiões auditivas dentro do giro temporal superior.
Levando em consideração os dados apontados acima e utilizando a Identidade Sonora (ISO) podemos estabelecer e potencializar a forma de comunicação com a música já que dentro de canções podemos estimular a comunicação expressiva através do cantar e vocalizes, escolha de canções explorando sua livre expressão, além da motricidade orofacial já que para cantar necessitamos do aparelho fonador como um todo.
Como estratégias podemos utilizar jogos musicais com pista visual, para explorar o uso de onomatopeias. Cantarolar ou recriar canções conhecidas através de figuras ou através da fala. Nos casos de pacientes que utilizam da comunicação alternativa, é possível realizar e formar pastas com pictogramas dentro do PODD ou até mesmo utilizar os pictogramas já existentes na pasta do paciente para nortear o fazer musical. Levando em consideração que para iniciar o processo terapêutico é realizada uma avaliação com a finalidade de mensurar as potencialidades e algum déficit existente, com a finalidade de adequar da melhor forma possível ao desenvolvimento cronológico da pessoa avaliada no momento.

Referências utilizadas:
Musicoterapia e Autismo – teoria e prática. Gattino, 2015. São Paulo.
Um amor azul – Os desafios e o caminho para lidar com a pessoa autista. Martins e Oliveira, 2023. São Paulo

Mt. Ana Beatriz Feliciano de Lucena Santos
Musicoterapeuta Clinica
Aprimoramento em Musicoterapia na Reabilitação Física
Extensão em Neuroreabilitação em Musicoterapia
Capacitação profissional em ABA destinada à pessoa com TEA
Avaliação e Intervenção no Autismo


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